quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(RE) construção de Ensino de Língua Portuguesa

(RE) construção de Ensino de Língua Portuguesa

MODALIDADE: Extensão

ÁREA DO CONHECIMENTO*: Linguistica, Letras e Artes

EIXO TEMÁTICO*: Educação

LINHA PROGRAMÁTICA*Alunos do ensino fundamental de escolas públicas

PALAVRAS–CHAVE (no máximo três): Ensino/Leitura/ Produção Textual

COORDENADOR(A): 1. Valméria Brito Almeida Vilela Ferreira

Coordenadora: Virgínia Maria Ferreira Silveira Baldow

PÚBLICO–ALVO: Alunos do ensino fundamental (aproximadamente 40 alunos).

OBJETIVOS

1. Incentivar a leitura de diversos gêneros textuais ;

2. Proporcionar o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e oralidade;

3. Promover o desenvolvimento da atitude crítica e responsável que demonstre uma consciência social e humana.

JUSTIFICATIVA


 

O ensino de Língua Portuguesa na escola pública tem-se caracterizado como um ensino estruturalista e com pouca ênfase no uso da língua em atividades relevantes. A norma padrão é priorizada nas aulas de língua materna, reforçando o ensino centrado na gramática tradicional e um princípio pedagógico excludente que desconsidera todas as outras formas de uso da língua. Por outro lado, os professores, em sua maioria, estão desmotivados, desassistidos, presos ao livro didático e afirmam que a carga horária é insuficiente para trabalhar de maneira eficaz com o ensino de língua portuguesa. Nesse contexto, encontra-se o aluno passivo e indiferente, desenvolvendo atividades mecânicas e repetitivas. No quadro abaixo, pode-se visualizar um diagnóstico da situação do ensino de língua portuguesa feito por alguns lingüistas que atestam à deficiência e a crise no ensino de LP.


 

PERINI

(1999, p.48)

O aluno de terceiro ano primário já está estudando as classes de palavras e a análise sintática – e não sabe. Ao chegar ao terceiro colegial, continua estudando a análise sintática e as classes de palavras – e continua não sabendo. (...) E eles estudam esse assunto há oito anos, às vezes mais! Decididamente, alguma coisa está muito errada.

FRANCHI

(2002, p. 12 e 13)

Do ponto de vista do uso da língua, devem ( os alunos ) adequar seu dialeto à bela linguagem que normalmente não é sua, nem a de seus pais, nem a de sua comunidade, mas a única oficial da escola, a única certa. Tudo o que na linguagem corrente do aluno não corresponda às normas é corrigido e estigmatizado pelo mestre. (...) os professores também estão preocupados e percebem o nível dos alunos baixando de ano para ano. Entretanto, por sua formação e por causa das exigências do contexto em que a escola está inserida, não deixam de transmitir certos valores aos alunos, dia após dia, ano após ano, através de certas práticas pedagógicas: a aprendizagem do sentimento de inferioridade, da submissão, a aprendizagem do "cada um por si" da competição, do respeito ao status quo, da ordem estabelecida por outros, do medo do conflito.

POSSENTI

(1996, p. 24)

Ter uma concepção clara sobre os processos de aprendizagem pode ditar o comportamento diário do professor de língua em sala de aula. Por exemplo, se dá aos alunos exercícios repetitivos (longas cópias, exercícios estruturais, preenchimentos de espaços vazios etc. ) é porque está seguindo uma concepção de aquisição de conhecimento segundo a qual não há diferenças significativas entre os homens e os animais em nenhum domínio de aprendizagem ou de comportamento.

GERALDI

(1999, p. 16)

E assim vemos muitos professores de português, tragicamente, ensinando análise sintática a crianças mal alimentadas, pálidas, que acabam, depois de aulas onde não faltam castigos e broncas, condicionadas a distinguir o sujeito de uma oração. Essas crianças passarão alguns anos na escola sem saber que poderão acertar o sujeito da oração, mas nunca serão o sujeito das sua próprias histórias.


 

Diante desse quadro, percebe-se a necessidade de um projeto de intervenção que (re) construa o ensino de língua portuguesa na escola pública, oferecendo aos alunos atividades significativas que os levem a desenvolver sua competência lingüístico-comunicativa. Dessa forma, pretende-se com este projeto, primeiramente, formar professores-alunos, através de discussões teórico- metodológicas para que estes possam desenvolver oficinas de estudo em língua portuguesa no ensino fundamental na Escola Municipal Laerte Correia Lima. Essas oficinas serão desenvolvidas em turno oposto ao das aulas regulares e terão como objetivo desenvolver habilidades específicas que extrapolam o processo da sala de aula tais como: 1) Cultivar o gosto pela leitura; 2) Compreender enunciados; 3) Desenvolver a habilidade oral, através de discussões de temas, apresentação de peças teatrais, poesias etc; 4) Promover momentos de produção e reescrita de textos. Acredita-se que a execução deste projeto ajudará a Universidade a alcançar alguns de seus objetivos que é o de não apenas formar professores de Língua Portuguesa, mas o de oferecer aos alunos da comunidade externa práticas pedagógica eficientes no ensino de língua materna.


 

METODOLOGIA


 

A metodologia deste trabalho contemplará atividades diversificadas tais como: 1) Oferecer suporte teórico-metodológico aos professores-alunos que participarão deste projeto; 2)Promover oficinas de língua portuguesa ( no mínimo uma vez por semana) na escola Laerte Correia Lima em que serão trabalhadas atividades de leitura, produção de textos escritos e orais, reescrita de textos, dinâmicas de grupo para socialização de trabalhos elaborados pelos alunos.

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